Joaquim de Vasconcelos, historiador, crítico de arte e museólogo uma ópera

Historiador de Arte, musicólogo, museólogo, professor, crítico, redator de jornais, campeão dos sistemas de transmissão visual como a fotografia, quantos Joaquins de Vasconcelos existem no Joaquim de Vasconcelos (Porto, 1849-Porto, 1936)? Este ensaio estrutura-se tendo por base a coincidência signif...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Leandro, Sandra (-)
Formato: Libro
Idioma:Portugués
Publicado: Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda 2015
Colección:Biblioteca de autores portugueses
Prémio Grémio Literário ; 2014
Materias:
Ver en Universidad de Navarra:https://unika.unav.edu/discovery/fulldisplay?docid=alma991006757909708016&context=L&vid=34UNAV_INST:VU1&search_scope=34UNAV_TODO&tab=34UNAV_TODO&lang=es
Descripción
Sumario:Historiador de Arte, musicólogo, museólogo, professor, crítico, redator de jornais, campeão dos sistemas de transmissão visual como a fotografia, quantos Joaquins de Vasconcelos existem no Joaquim de Vasconcelos (Porto, 1849-Porto, 1936)? Este ensaio estrutura-se tendo por base a coincidência significativa entre Ópera e Opera, evocando a audácia deste humanista de formação germânica que teve a coragem de iniciar estudos por principiar, apresentando interpretações contra mitos, lendas e dogmas o que fez dele próprio um mito e uma espécie de herói romântico, fundador da História da Arte em Portugal com bases científicas. Joaquim de Vasconcelos reuniu um saber invulgar e disperso, empenhou-se com um entusiasmo anárquico em questões que eram, ou seriam, temas chave: o Ensino Artístico, com ênfase na aprendizagem do Desenho, fundamento quer das Belas-Artes, quer das Artes Industriais e Caseiras pelas quais lutaria de forma aguerrida e pioneira; as emigrações artísticas para a Península; as origens e influências da Pintura em Portugal, sobretudo nos séculos XV e XVI; organizou, ou ajudou a organizar, diversas exposições do Centro Artístico Portuense e da Sociedade de Instrução do Porto; assumiu uma posição contra o estilo Manuelino; fez a descoberta científica dos Painéis de S. Vicente; elaborou o estudo e a defesa do Românico; estudou e valorizou, com afinco, as Artes Decorativas; fez uma crítica importante à Exposição Retrospetiva de Arte Ornamental Portuguesa e Espanhola; deu vida e tornou “coisa” muito sua, o importante Museu Industrial e Comercial do Porto, ligando-o ao Ensino Industrial e de Desenho Industrial, aplicando de forma ímpar, conceitos modernos de dinamização de um espaço museológico. Ali articulou preocupações didáticas, cívicas, patrimoniais, fomentando a aquisição de produtos de qualidade e de produção portuguesa, criando hábitos de consumo mais vantajosos para a economia do país. Homem generoso que em defesa do Património de todos, devorou grande parte do seu, consumiu a vida dedicando-se a múltiplos estudos e trabalhos oficialmente pouco apoiados, esforço e valor que merecia e merece ser mais conhecido, valorizado, estudado e estimado. Se teve alguns detratores, Vasconcelos teve também as suas tribunas e uma apreciável rede de influências e contactos que não pode ser ignorada e que faz parte deste elenco, com destacadas figuras da Geração de 70, sobretudo Oliveira Martins e Ramalho Ortigão, mas também Antero de Quental. O trabalho multifacetado que realizou justificava e justifica plenamente que tivesse o mesmo tipo de visibilidade e reconhecimento que estes intelectuais ainda hoje possuem. Vasconcelos adotou, no entanto, uma postura de isolado, deslocado, convicta e eternamente «inadaptado». Esgrimista de ideias, dispôs de um invulgar capital argumentativo que o tornou, desde o início, um polemista difícil de rebater. Uma das características que o distinguiu dos seus pares foi o modo de escrever direto, seguro, fundamentado, afirmando que não existe «História da Arte sem um lápis»… Humanista que não se rendeu à moda, manifestou uma obcecada resistência que não era uma teimosia de resistir por resistir, mas uma vontade indómita de transformar. Que Ouro do Reno procurou ele em Portugal?
Descripción Física:556 p. : il. ; 24 cm
Bibliografía:Incluye referencias bibliográficas (p. 523-538) e índice
ISBN:9789722723404